Freguesia: Albergaria dos Doze
Concelho: Pombal
Distrito: Leiria
Área: 22,84 km²
População: 1 745 habitantes
Densidade: 76,4 hab/km²
Orago: Nossa Senhora da Apresentação
Concelho: Pombal
Distrito: Leiria
Área: 22,84 km²
População: 1 745 habitantes
Densidade: 76,4 hab/km²
Orago: Nossa Senhora da Apresentação
ESBOÇO HISTÓRICO de ALBERGARIA
A povoação cresceu num vale que é rasgado pelo rio Arunca e é atravessada pela via de caminho de ferro, Linha do Norte. A povoação é abraçada por um manto de pinheiros que originou, desde muito cedo, indústrias resinosas e as de madeiras. A maior altitude da principal via férrea portuguesa é atingida quando esta atravessa o túnel de 659 metros de comprido, concluído em 1863, sob uma colina por detrás do campo de futebol do Vale das Éguas, com marco geodésico de 314 m de altitude, no qual também se faz a delimitação do concelho de Pombal com o de Ourém, a nascente e a Sul e com o de Leiria , do lado poente.
Albergaria dos Doze foi outrora localidade de passagem e estalagem de viajantes que em busca de repouso aqui procuravam a albergaria ou albergue. A albergaria foi fundada por D.Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques, isto pelos anos de 1170. É provável que a sua localização tenha sido junto de onde muito mais tarde, em 1566 se veio a dar início à construção de uma capela em evocação de Nossa Sra da Consolação, sendo aí celebrada a 1ª missa em 1572, hoje Centro Cultural Padre Peronilho.
O determinativo "dos Doze", aplicado tanto à Freguesia como à povoação, como mesmo ao lugar, poderá ter resultado da Feira Mensal que aqui se realiza a dia 12 de cada mês.
Resta contudo a dúvida quanto a saber se a feira é anterior ao nome da terra ou se esta antecedeu a feira somente com o nome de Albergaria, hipótese que considero a mais provável.
Outra explicação, esta de tradição oral, assenta na lenda de 12 cavaleiros da Távola Redonda, ou ainda, no facto da Rainha Santa Isabel aqui ter pernoitado no albergue, a caminho de Pombal, a fim de evitar a luta entre D.Dinis e seu filho D. AfonsoIV, sendo então acompanhada de 12 escudeiros.Facto histórico é pelo menos a reconciliação de D.Dinis, com o seu filho que foi feita na então vila de Pombal,isto no ano de 1323.
História
Apesar de muito antiga, a povoação de Albergaria dos Doze só em 1923 viria a ser freguesia. Fazia parte até então da freguesia de S. Simão de Litém. Para efectuar qualquer registo, para se recensear, para pedir qualquer atestado, havia que ir a S. Simão e os caminhos eram maus e inseguros. A memória do povo fala de um Padre de nome António Pereira Gonçalves que pregava em Albergaria há mais de 50 anos, ainda que dependente da paróquia de S. Simão, e a quem se deverá muito do empenho na construção de uma consciência colectiva albergariense que se afirmava desejosa de autonomia. Veio a falecer em 1918. Em 1912, para o substituir, veio para Albergaria, na qualidade de capelão, embora já aposentado da Freguesia de Poiares, o Padre Manuel dos Santos Petronilho. A experiência trazida de outras paróquias veio a ser decisiva no arranque para a constituição de uma nova freguesia religiosa - Albergaria dos Doze. O Padre Petronilho, conjuntamente com outras pessoas interessadas, enviaram várias cartas ao Vigário Geral no intuito de conseguirem a instituição duma paróquia eclesiástica, com sede na capela de Albergaria dos Doze, hoje Centro Cultural Padre Petronilho. D. José Alves Correia, depois de repetidas insistências do povo de Albergaria, admitiu criar a paróquia depois de ser criada a freguesia civil. Havia agora que cumprir a Lei nº 621 de 23 de Junho de 1916.
É de salientar que já em 1910, numa conjuntura de mudança da Monarquia para a Républica e com a correspondente instabilidade do Estado, os Albergarienses tinham tomado conta da Junta de Freguesia de S. Simão de Litém, tendo então mudado a sua sede para Albergaria dos Doze. 0 processo pró-freguesia levantou pois diversas quezílias com o povo da freguesia mãe, S. Simão de Litém, problemática de que muito bem dá conta a Breve Narração Histórica de Albergaria dos Doze, escrita em 1936, por alguém que assina por J. Albergaria e que se pensa seja justamente o padre Petronilho. Para maiores detalhes sobre esta questão, recomenda-se a sua leitura.
O processo pró-freguesia esteve algum tempo parado nas cortes mas, em Dezembro de 1922, entrou em discussão. Os diferendos com S. Simão viriam a terminar com a criação da Freguesia de Albergaria dos Doze, exactamente com a publicação do Decreto-Lei 1413 de 19 de Março de 1923, no então Diário do Governo, I série, nº 73 de 10 de Abril desse mesmo ano. Houve grande comemoração com música e foguetes.
Lutou-se depois pela freguesia religiosa, aquela que aparentemente se desejara ainda mais de início. O então Bispo de Leiria, 0 Reverendíssimo Sr. D. José Alves Correia da Silva cumpriu a promessa que havia feito e, a 15 de Maio de 1923, cerca de um mês após a criação da Freguesia Civil, criou também a paróquia de Albergaria dos Doze, tendo por Orago Nossa Senhora da Apresentação, coincidente geograficamente com a freguesia civil e constituída pelos mesmos lugares.
A FREGUESIA
Apesar de muito antiga, a povoação de Albergaria dos Doze só em 1923 viria a ser Freguesia.
Fazia parte até então da Freguesia de S.Simão de Litém. Para efectuar qualquer registo, para se recensear,para pedir qualquer atestado, havia que ir a S.Simão e os caminhos eram maus e inseguros.A memória do povo fala de um padre de nome António Pereira Gonçalves que pregava em Albergaria há mais de 50 anos,e a quem se deverá muito do empenho na construção de uma consciência colectiva albergariense que se afirmava desejosa de autonomia....Veio a ser substituído pelo Padre Manuel dos Santos Petronilho.
.... D. José Alves Correia, bispo de Leiria, depois de repetidas insistências do povo de Albergaria, admitiu criar a paróquia, depois de ser criada a Freguesia Civil.
O então Bispo de Leiria,cumpriu a promessa que havia feito e, a 15 de Maio de 1923 criou a paróquia de Albergaria, tendo por orago Nª Sra da Apresentação.
Ricardo Vieira
Brasão
Escudo de verde, locomotiva de prata, realçada de vermelho, entre uma asna diminuta de verguetas, de ouro e uma bilha de ouro, as três figuras dispostas em pala. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: " Albergaria dos Doze"
Bandeira:
Branca. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.
Selo: Nos termos da Lei, com a legenda: " Junta de Freguesia de Albergaria dos Doze- Pombal"
A SIMBOLOGIA
A Cor Verde - Representa a cor de pinhal que envolve a localidade.
O verde representa também a esperança num futuro cada vez melhor.
A Asna- representa o albergue que evoca a origem do nome da Freguesia e a hospitalidade e acolhimento que os habitantes desta terra sempre têm demonstrado ao longo dos tempos.
A Locomotiva- Simboliza o grande desenvolvimento que trouxe a toda a região a construção da Linha do Norte.
A Bilha- Relembra a fama que a água de Albergaria adquiriu outrora pela sua qualidade, o que levou à sua comercialização na estação da CP. o recipiente utilizado era uma bilha de barro. As vendedeiras aguardavam as paragens dos comboios e gritavam bem alto o pregão: " Comprem bilhas com água!!!!"
Lugares que constituem a Freguesia de Albergaria dos Doze
Albergaria dos Doze, Cartaria, Castelo da Gracieira, Cavadinhas, Serradinho, Chão de Gaia, Eguins, Fonte da Mata, Gaia, Gracieira, Ladeira, Mata, Murzeleira, Poços, Pontinhas, Ruge-Água, Vale das Éguas, Vale de Pomares, Venda de S.José, Vidoeira e Viuveiro.
Túnel Ferroviário
O monte coberto de pinheiros que faz a delimitação do Concelho de Pombal e de Ourém e atravessado por um Túnel de 659 metros, terminado em 1863. A construção desse túnel foi de extrema dificuldade, pois houve que rompê-lo numa areia argilosa e aquífera, tendo sido necessário fazer um revestimento de alvenaria que chegou a atingir, em alguns pontos, 2 metros de espessura. Situa-se a 300 metros antes da estação de Albergaria. Ao transpor o túnel, o caminho-de-ferro atinge a altitude de 263 metros, a máxima entre Lisboa e Porto.
Estacao Ferroviaria
Monumentos:
Igreja Paroquial de Albergaria dos Doze
O dia 15 de Agosto de 1958 foi o dia do lançamento e bênção da primeira pedra por parte do Reverendíssimo D. João Pereira Venâncio, Bispo da Diocese de Leiria. Em cerca de 5 anos ficou construída e foi inaugurada em 2 de Fevereiro de 1964, tendo como Orago Nossa Senhora da Apresentação. Foi construída em terrenos cedidos pelo Sr. César das Neves. Todos os anos, no dia 15 de Agosto, e realizada uma Festa Religiosa em Honra de Nossa Senhora da Apresentação, organizada pelos habitantes que, nesse ano, fazem 50 anos de idade.
IGREJA VELHA – Actual CENTRO CULTURAL PADRE PETRONILHO