sexta-feira, 29 de janeiro de 2010


O homem suspeito de ter matado a mãe e desmembrado o seu cadáver, que escondeu durante dez meses no apartamento onde residia, em Albergaria dos Doze, Pombal, foi acusado pelo Ministério Público (MP) de homicídio qualificado.
Abel Ribeiro, de 36 anos, que se encontra detido preventivamente em Leiria, responde ainda pelo crime de profanação de cadáver.No despacho de acusação, a que a Agência Lusa teve hoje acesso, o Ministério Público refere que mãe e filho viviam juntos desde Abril de 2008, mas a sua convivência "era conflituosa", sentindo o arguido que a vítima "exercia sobre si coacção psicológica, que o tentava manipular contra o pai, que o restringia na sua liberdade, controlando-o"."Idealizou, então, uma forma de pôr termo à vida da mãe, ideia que foi amadurecendo ao longo de vários dias e semanas, arquitectando a forma e meios de o concretizar", lê-se no documento. Segundo o MP, "no princípio do mês de Agosto de 2008, num fim-de-semana", aproveitando a saída da mãe à noite, Abel R., sabendo que "aquela, habitualmente, quando chegava a casa, bebia uma chávena de leite", desfez cerca de 40/50 comprimidos ansiolíticos, que colocou num pacote de leite no frigorífico.Quando chegou a casa, a vítima bebeu o leite, deitando-se de seguida, tendo o arguido, durante a madrugada, por várias vezes, ido ao quarto da mãe para verificar se ainda respirava.O despacho de acusação sustenta que na manhã seguinte "a ofendida chamou o filho, solicitando-lhe ajuda, uma vez que não se sentia bem", tendo depois ficado no sofá da sala.Quando a vítima adormeceu, o arguido tentou asfixiá-la com uma almofada e um edredão."Uma vez que a vítima resistia, debatendo-se, o arguido agarrou num cutelo de cortar carne (...), batendo várias vezes com o mesmo na cabeça", relata o MP, acrescentando que, "como ainda fazia movimentos, o arguido pressionou novamente o edredão e a almofada, sufocando-a".No dia seguinte, o arguido "tentou levar o corpo para a arca frigorífica", o que não conseguiu, "pelo que decidiu cortar o cadáver em pedaços" com uma faca eléctrica.Como não alcançou o objectivo, Abel R. foi comprar, entre outros objectos, uma serra de cortar ferro.De regresso a casa, o arguido cortou as pernas, braços e cabeça da mãe que, juntamente, com o tronco colocou na arca, desfazendo-se de seguida dos artigos supostamente usados para cometer os crimes, incluindo a roupa que usava e o sofá onde morreu a mãe, na lareira de casa, num pinhal e numa lixeira.De acordo com o MP, o cadáver esteve na arca frigorífica até dia 16 de Junho de 2009, data em que as autoridades policiais foram ao apartamento.O despacho de acusação refere ainda que "o arguido sofre de doença psiquiátrica de natureza endógena, de tipo psicótico, a qual afecta as capacidades de crítica e auto-controle", mas, de acordo com um exame de psiquiatria forense, revelou-se "imputável aquando da prática dos factos".


Comentário : - 7 meses e meio depois a Justiça Portuguesa apura o mesmo que já se sabia. Só neste país desgovernado e cada vez pior !...

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