quarta-feira, 17 de junho de 2009

OUTRA NOTICIA DO MESMO CRIME


Rapaz viveu com corpo da mãe numa arca frigorífica durante dez meses em casa
Um indivíduo é suspeito de ter morto a própria mãe, cortado o corpo e guarda-lo numa arca frigorifica na própria casa, em Albergaria dos Doze. Dez meses depois foi descoberto e confessou o crime
Abel Dias Ribeiro, de 35 anos de idade, foi detido pela Polícia Judiciária acusado de ter morto a sua mãe, em Agosto do ano passado, e de ter ocultado o corpo numa arca frigorífica no apartamento onde residiam em Albergaria dos Doze (Pombal). Para o efeito, o indivíduo usou um serrote e uma serra eléctrica para cortar o corpo da mãe em três partes. Ontem (terça-feira) ao final do dia foi surpreendido pela Guarda Nacional Republicana e acabaria por confessar o crime.
As vizinhas de Maria Dias Leal, de 55 anos de idade, ainda não acreditam no sucedido que deixou a localidade em estado de choque. Há algum tempo que a relação conflituosa entre mãe e filho era conhecida, mas nada previa prever aquele fim trágico. “Com todos os defeitos e erros que terá cometido na sua vida, não merecia uma coisa destas”, conta Maria Celeste, vizinha, que não conseguiu esconder a sua emoção quando falava com os jornalistas.
Maria Leal era divorciada e vivia com Abel Ribeiro desde que este regressou de França, onde reside a mulher e uma filha de dez anos de idade. O rapaz, desempregado, era referenciado como sendo toxicodependente e suspeito de praticar alguns furtos. O excesso de controlo por parte da mãe terá estado na origem do crime.
Desde Agosto que a vizinhança deixou de ver a mulher. O filho sempre teve um comportamento normal e justificava a ausência da mãe com uma ida para França onde estaria a viver com um namorado.
Maria Amália Marques reside numa moradia ao lado do prédio onde residiam a mãe e o filho. Diz que era com ela que Maria Leal “desabafava” sobre a sua situação familiar. “Ela tinha muitos problemas, devido a depressões, provocadas pelo divórcio e pela situação do filho”, diz Amália Marques, acrescentando que “era uma senhora que tinha um comportamento exemplar, apesar de nos últimos tempos lhe serem conhecidos alguns namorados”. Já quanto ao Abel, refere que “cumprimentava todas as pessoas, frequentava os cafés e fazia uma vida perfeitamente normal”. “Dizia-nos que a mãe tinha emigrado, e a história estava tão bem contada que ninguém duvidava de nada”, refere Maria Celeste, para quem o indivíduo “era aparentemente uma pessoa equilibrada”.
Desde algum tempo que o ex-marido de Maria Leal, taxista na localidade, andava desconfiado de alguma coisa. Abel Ribeiro tinha sido visto a vender alguns bens da casa, alegando que o fazia com a permissão da mãe que, uma vez emigrada, não teria intenções de regressar a casa. Por outro lado, consta que recebia a pensão da mãe e movimentava as suas contas bancárias.
O caso viria a ser despoletado no início do mês de Junho, quando um irmão de Maria Leal foi a casa perguntar ao Abel pelo sua paradeiro para resolver uns assuntos relacionados com a partilha de bens do seu pai, entretanto falecido. Abel Ribeiro teve um comportamento estranho para com o tio, levando-o a contactar o ex-cunhado. Este por sua vez, baseado nas desconfianças que já tinha, viria a comunicar o caso à Guarda Nacional Republicana, que começou “a rondar a zona”, conta Maria Celeste. Contudo, aquela albergariense conta que embora a presença dos militares da GNR fosse estranha, a vizinhança pensava que seria por causa do rapaz ser suspeito de praticar alguns furtos.
Ontem, ao final da tarde, foi a surpresa total quando os militares surpreenderam Abel Ribeiro no apartamento, e após diligências viria a confessar o crime.
No dia 3 de Agosto, o rapaz terá asfixiado a mãe até à morte. Depois, usando um serrote e uma serra eléctrica terá cortado o corpo em três partes, enrolando-as numa cobertor e metendo-as numa arca frigorífica, ali permanecendo até ontem.
O rapaz foi detido pela Polícia Judiciária, estando “fortemente indiciado” como sendo o autor do crime de homicídio qualificado, sendo também suspeito da prática de um crime de profanação e ocultação de cadáver.
Entretanto durante o dia de hoje elementos da Judiciária, com a colaboração de funcionários da Junta de Freguesia, desenvolveram trabalhos de busca num pinhal em Resouro, indicado como o local onde o suspeito terá enterrado o serrote e a serra eléctrica.
O indivíduo deverá ser presente a primeiro interrogatório judicial durante o dia de amanhã, quinta-feira.
17 de Junho de 2009

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