quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010





Oikos alerta para "eucaliptização galopante" no distrito.


A Oikos está preocupada com a "eucaliptização galopante" no distrito, traduzida em "danos irreversíveis para o solo".Em 2009, a Associação de Defesa do Ambiente e do Património da Região de Leiria elaborou um estudo junto das Câmaras Municipais, com vista a apurar a percentagem de eucaliptos plantados em cada concelho. Os dados recolhidos deixaram a Oikos preocupada. "A escolha do eucalipto é muito preocupante nos diversos concelhos do distrito", disse ao Diário de Leiria Nuno Carvalho, presidente da Oikos. À margem do aniversário dos 20 anos da associação, que decorreu segunda-feira, em Leiria, Nuno Carvalho explicou que, "em alguns casos, já existe mais de 50 por cento" de zonas eucaliptais, quando "a lei só permite 28 por cento". "Já temos concelhos com 50 por cento, numa situação completamente à margem da lei, e mesmo concelhos que não sabem quanto é que têm", disse.Segundo aquele responsável, de todas as Câmaras Municipais inquiridas, "cerca de metade não tinha dados sobre a sua floresta" e "alguns só tinha dados muito recentes", o que impossibilitava uma análise à evolução dos últimos 10 anos. Por outro lado, "aqueles que responderam a tudo, mostraram percentagens preocupantes de eucaliptos".Plantações clandestinas e falta de controlo por parte das autarquias são os factores apontados por Nuno Carvalho para explicar a "eucaliptização galopante" no distrito. "As câmaras não deram a atenção devida ao problema mas, mais preocupante do que a quantidade de eucaliptos é o modo como são plantados", alertou o ambientalista.Processo de lavra profunda é "nefasto"De acordo com o presidente da Oikos, os eucaliptos "são plantados pelo processo de lavra profunda, que é ainda mais nefasto que o próprio eucalipto em si"."O processo de lavra profunda é o revolvimento do solo a grande profundidade, que traz danos irreversíveis", porque os eucaliptos "não são plantados à cavadela, ou seja, de forma superficial, são através de lavras profundas, com práticas proibidas por lei e isso é desastroso", explicou.Plantação de eucaliptos provoca "perda de diversidade biológica" Mário Oliveira, da Oikos, mostra-se igualmente preocupado com a "perda de diversidade biológica" na plantação de eucaliptos. "Temos eucalipto e pouca mata", disse ao Diário de Leiria, à margem da cerimónia dos 20 anos da Oikos, explicando que "quando se perde o campo vegetal, quando chove, a água cai com maior intensidade sobre o solo, que está nu, provocando a sua erosão".Mário Oliveira lamentou, por isso, a aposta no eucalipto para a reflorestação, que acontece, porque "quem refloresta é o proprietário privado, que nem sempre obedece à lei", num cenário em que as câmaras "nem sempre fazem cumprir a legislação"."Depois, há mercado para o eucalipto. E o eucalipto tem um ciclo de vida muito rápido, ao contrário de outras espécies. O que acontece, é que a maior parte das pessoas pensa no seu rendimento imediato", salientou o ambientalista. A preocupação de Mário Oliveira prende-se ainda com as zonas ardidas, onde existia pinheiro e onde "as pessoas estão a optar por eucalipto", apesar de reconhecer que "algumas já perceberam o que fizeram e estão a regredir".Manifesta-se ainda apreensivo com o futuro dos pinhais, devido à doença do nemátodo: "se houver mortandade do pinheiro por via do nemátodo, não se vão plantar mais, por isso, vamos ver o que vai acontecer em termos de reflorestação", disse, esperando "sinceramente que não seja eucalipto".


Comentário: Olhem para a nossa região, estamos no meio de eucaliptais. Coitadas das próximas gerações que vão sofrer tanto ...

Os culpados são estes loucos proprietários que só pensam no dinheiro e das Câmaras Municipais que nunca lutaram contra esta praga ! Bandidos!!! Assassinos!!!

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